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Impactos
psicológicos

O período gestacional é capaz de promover diversas mudanças significativas na vida da mulher. Segundo especialistas, o histórico da gravidez — se foi desejada ou não, se há fatores de risco ou se foi inseminação artificial — também influencia nas mudanças que ocorrem com o corpo e com a mente da gestante. Segunda a psicóloga Lidyane Mercês Roque, que costuma atender mulheres com que passaram por alguma situação de violência, quando essas mudanças somam com a violência obstétrica, pode interferir de modo particular em cada mulher.

“Na maioria das vezes, essa violência interfere negativamente na forma como a mãe vivencia esse período da sua vida, acarretando danos à sua qualidade de vida”, pontua. Lidyane Roque  destaca que há casos em que as mulheres sequer percebem que estão sofrendo violência. “Isso se deve, possivelmente, à falta de informação da gestante/mãe ou mesmo por ela ter uma personalidade menos questionadora e mais passiva, aceitando quaisquer intervenções. Atualmente, apesar do fácil acesso à informação e da rapidez em que ela é transmitida, muitas mulheres seguem desinformadas.”

Além disso, a cultura de considerar o médico e os outros profissionais da saúde como mais inteligentes, segundo a psicóloga, faz com que diversas mulheres aceitem qualquer intervenção. As consequências podem ser diversas. “As reações a esses atos podem variar, podendo causar angústia, devido à situação humilhante pela qual a mãe pode passar; ansiedade por uma nova gestação; medo de que a violência se repita na mesma gestação ou em uma futura; culpa, por pensar que poderia ter evitado o ato violento”.

 

Para evitar a violência, Lidyane Roque destaca a importância  do conhecimento sobre todas as etapas do parto. “A informação é a melhor forma de prevenir que a mulher sofra qualquer ato violento. Buscar informações, pesquisar, ler, ou até mesmo, ouvir relatos de outras mães que já tiveram a experiência da gestação e do parto são relevantes. É essencial que a mãe estabeleça com o obstetra um vínculo de confiança e, principalmente, de segurança”.

 

A forma como cada mulher lida com o trauma é bastante individual, segundo a psicóloga. No entanto, quando não consegue superar, é necessário buscar ajuda. “Nos casos em que a mulher não consegue lidar sozinha com os danos psicológicos causados pela violência, pode ser indicada a psicoterapia. Nos mais graves, como quando a violência culmina com a depressão pós-parto, um psiquiatra também pode ser consultado para verificar a possibilidade de tratamento medicamentoso”, finaliza.

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Por Arícia Fontinele, Isabelle Narciso e Joyce Oliveira.

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